segunda-feira, 7 de maio de 2018

Descoberta do Hubble aprimora estudo das atmosferas de exoplanetas

Revista Galileu
04 de maio de 2018

WASP-107B fica a 200 anos-luz da Terra e compelta uma órbita em menos de seis dias (Foto: ESA/Hubble, NASA, M. Kornmsser)

Uma equipe internacional de astrônomos publicou na última quarta-feira (2) artigo que descreve uma descoberta muito promissora para a área dos exoplanetas. O estudo explica como os pesquisadores usaram o telescópio espacial Hubble para detectar grandes quantidades do elemento hélio na atmosfera deWASP-107b, gigante gasoso que orbita uma estrela a 200 anos-luz da Terra.

Em comunicado, Jessica Spake, doutoranda da Universidade de Exeter (Reino Unido) e líder da pesquisa, falou sobre a importância desta detecção inédita. "Hélio é o segundo elemento mais comum no Universo depois do hidrogênio", aponta. "É também um dos principais constituintes dos planetas Júpiter e Saturno em nosso Sistema Solar, mas até agora não havia sido detectado em exoplanetas — apesar das buscas."

O estudo sanou uma charada que perdurava desde o ano 2000, quando os pesquisadores previram que o hélio seria um dos gases atmosféricos mais facilmente detectáveis em exoplanetas gigantes. Marcou, também, a demonstração de que uma nova técnica pode ser empregada: a análise do espectro infravermelho da luz. A promessa é que, com a chegada de futuros telescópios poderosos como o James Webb, será possível analisar as atmosferas de exoplanetas em um nível de detalhes sem precedentes.

Os métodos atuais focam na luz ultravioleta e são limitados apenas aos exoplanetas mais próximos. "Sabemos que há hélio na atmosfera superior da Terra, e essa nova técnica pode nos ajudar a detectar atmosferas ao redor de planetas do tamanho da Terra — o que é muito difícil com a a tecnologia de hoje", explica Spake.

WASP-107b se mostra um gigante gasoso bastante peculiar: apesar de ter praticamente o tamanho de Júpiter, possui apenas 12% de sua massa. É, portanto, um dos menos densos entre os planetas conhecidos. Fica tão próximo de sua estrela-mãe que completa uma órbita a cada seis dias.

No caso da Terra, os gases alcançam uma altura de algumas centenas de quilômetros. A enorme quantidade de hélio detectada em WASP-107b fez os pequisadores estimarem que a atmosfera por lá chegue a dezenas de milhares de quilômetros. Ela escapa, aos poucos, para o espaço: entre 0,1% e 4% se perde a cada bilhão de anos.

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