segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Cortes na Ciência ameaçam o futuro do Brasil, dizem ganhadores do Nobel

Jornal da Ciência, 30 de setembro de 2017

Carta enviada a Temer traz assinatura de 23 ganhadores do prêmio; mesmo argumento está em outro texto, enviado por 250 pesquisadores da área de Matemática, conta reportagem exclusiva do Estadão
Os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia “comprometem seriamente o futuro do Brasil” e precisam ser revistos “antes que seja tarde demais”, segundo um grupo de 23 ganhadores do Prêmio Nobel, que enviou nesta sexta-feira, 29, uma carta ao presidente Michel Temer, recomendando mudanças na postura do governo com relação ao setor.
O documento, enviado por e-mail ao gabinete da Presidência, faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como à perspectiva de um novo corte em 2018 – que deverá ser da ordem de 15%, caso o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo ao Congresso seja aprovado como está.
“Isso danificará o Brasil por muitos anos, com o desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente reconhecidos e uma fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas” do País, escrevem os pesquisadores.
A carta, à qual o Estado teve acesso com exclusividade, é assinada pelo físico francês Claude Cohen-Tannoudji e outros 22 laureados com o Prêmio Nobel nas áreas de Física, Química e Medicina. “Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito difícil, mas urgimos o senhor a reconsiderar sua decisão antes que seja tarde demais”, conclui a carta. Leia a carta na íntegra aqui.
Confira a reportagem completa: O Estado de S. Paulo
O Estado de S. Paulo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra para quem não é assinante. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.
Veja abaixo os cientistas que assinam a carta:
Claude Cohen-Tannoudji (Nobel de Física, 1977)
Torsten Wiesel (Nobel de Medicina, 1981)
Klaus von Klitzing (Nobel de Física, 1985)
Yuan Lee (Nobel de Química, 1986)
Jean-Marie Lehn (Nobel de Química, 1987)
Johann Deisenhofer (Nobel de Química, 1988)
Robert Huber (Nobel de Química, 1988)
Harold Varmus (Nobel de Medicina, 1989)
Jerome Friedman (Nobel de Física, 1990)
Robert Laughlin (Nobel de Física, 1998)
Tim Hunt (Nobel de Medicina, 2001)
David Gross (Nobel de Física, 2004)
Albert Fert (Nobel de Física, 2007)
Martin Chalfie (Nobel de Química, 2008)
Venkatraman Ramakrishnan (Nobel de Química, 2009)
Ada Yonath (Nobel de Química, 2009)
Andre Geim (Nobel de Física, 2010)
Dan Shechtmann (Nobel de Química, 2011)
Jules Hoffman (Nobel de Medicina, 2011)
Serge Haroche (Nobel de Física, 2012)
Arthur McDonald (Nobel de Física, 2015)
Takaaki Kajita (Nobel de Física, 2015)
Frederic Haldane (Nobel de Física, 2016)

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