quarta-feira, 31 de maio de 2017

Brasil vai permitir que EUA usem Centro de Alcântara para lançar foguetes

Estadão, via UOL
Daniel Weterman
31 de maio de 2017


Foto: Axel Bugge/Reuters

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 31, que o governo brasileiro vai permitir inicialmente aos Estados Unidos o uso do Centro de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de foguetes ao espaço. Além dos EUA, o ministro disse que Israel, Rússia e França também já manifestaram interesse em usar a estrutura do equipamento.


O Centro de Lançamento de Alcântara, conforme lembrou o ministro durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, está paralisado desde 2001 e o governo do presidente Michel Temer (PMDB) prepara um projeto de lei que autoriza o País a permitir o uso do equipamento a governos estrangeiros. Uma versão do projeto já havia sido apresentada em 2001, mas foi retirada do Congresso para ganhar um novo texto.
Não há prazo

Durante discurso no evento, o ministro não citou um prazo para envio do projeto, mas disse que "muito em breve" o centro vai estar em plenas condições de funcionamento. Jungmann falou ainda que será reformulada a governança da estrutura, que, segundo ele, era um dos "temas mais frágeis" da estrutura para o governo.

Um Conselho Nacional de Espaço também será criado, explicou o ministro, para servir como um comitê executivo que dará suporte à administração do centro de lançamentos. "O País investiu bilhões na construção do equipamento de um centro que aí se encontra plenamente consolidado, com plenas condições de funcionamento e que esperamos reativar muito em breve", disse Jungmann.

O ministro destacou que o interesse dos outros países em usar a estrutura brasileira para lançar foguetes no espaço se dá pelo fato de o Centro estar estrategicamente localizado, já que fica na linha do Equador e tem uma proximidade maior da superfície terrestre com o espaço.

Nasa anuncia detalhes de missão que vai explorar o Sol a partir de 2018

G1
31 de maio de 2017

Concepção artística da sonda Solar Probe Plus se aproximando do Sol (Foto: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory)

Missão Solar Probe Plus enviará sonda que orbitará a uma distância de menos de 6 milhões de km do Sol, sete vezes mais perto do que qualquer espaçonave já chegou.

missão Solar Probe Plus, da Nasa, vai enviar uma sonda em direção ao Sol para desvendar os mistérios da estrela e coletar informações importantes sobre a atividade solar. Detalhes do projeto, cujo lançamento está previsto para 2018, foram divulgados pela agência espacial americana nesta quarta-feira (31) em um evento para a imprensa na Universidade de Chicago.

Em homenagem ao astrofísico Eugene Parker, que teve papel importante na ciência ao desenvolver uma teoria sobre o vento solar supersônico, a sonda será nomeada Parker Solar Probe. O cientista de 89 anos fez um pronunciamento nesta quarta-feira após o anúncio.

Segundo os cientistas à frente da missão, o objetivo não é apenas adquirir conhecimento teórico sobre as características do Sol e desenvolver ciência básica, mas obter dados que permitirão prever eventos climáticos espaciais que pode ter impacto real na Terra, como as tempestades solares.

"Para desvendar os mistérios da coroa solar, mas também proteger uma sociedade que depende cada vez mais da tecnologia das ameaças climáticas do espaço, enviaremos a Solar robe Plus para tocar o Sol", diz o texto da Nasa que descreve a missão.
Entenda como será a missão

Depois do lançamento, previsto para ocorrer entre 31 de julho e 19 de agosto de 2018, a sonda Solar Probe Plus passará a orbitar o Sol em órbitas cada vez mais próximas da estrela. Ao longo de quase 7 anos, a orbita chegará a 5,9 milhões de km do Sol, distância bem menor do que a de Mercúrio, planeta mais próximo da estrela. A missão prevê que a sonda completará 24 órbitas, de cerca de 88 dias cada, e fará sete aproximações do planeta Vênus.

Ilustração mostra como será lançamento da Solar Probe Plus, que está previsto para ocorrer entre 31 de julho e 19 de agosto de 2018 (Foto: JHU/APL)

Ao longo da missão, os instrumentos da sonda devem detectar o fluxo de energia do Sol, compreender o aquecimento da coroa solar, além de explorar os motivos da aceleração do vento solar.

O vento solar é uma rajada de partículas lançadas pelo Sol no espaço. As partículas liberadas pelo Sol em direção à Terra não atingem a superfície do nosso planeta graças a um escudo magnético - a magnetosfera.

Mesmo assim, as tempestades solares são capazes de interromper sistemas de eletricidade, satélites, internet e todos os meios de telecomunicações, o que inclui sinais de telefone, rádio e TV. O fenômeno também pode colocar em perigo voos comerciais.

Para secretário, setor de biocombustíveis demonstra o potencial da ciência brasileira

MCTIC
25 de maio de 2017

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Alvaro Prata, participou da abertura do seminário Biodiesel e Bioquerosene: Sustentabilidade Econômica e Ambiental, em Brasília. Foto: MCTIC

Em seminário, Alvaro Prata reforçou o apoio do MCTIC a iniciativas de expansão do setor. "Se há uma demonstração daquilo que podemos fazer, certamente são as nossas atividades ligadas aos biocombustíveis", afirmou.

O dinamismo do setor de biocombustíveis é resultado da capacidade da ciência brasileira. A avaliação é do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, na abertura do seminário Biodiesel e Bioquerosene: Sustentabilidade Econômica e Ambiental, realizado pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), nesta quarta-feira (24), no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

"Queremos que a nossa boa ciência promova o nosso desenvolvimento econômico e social", disse o secretário. "E se há uma demonstração daquilo que nós podemos fazer e daquilo pelo qual o Brasil pode ser reconhecido no mundo, certamente são as nossas atividades ligadas aos biocombustíveis."

Prata destacou que a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), válida até 2022, contém um plano de ação voltado a energias renováveis, com ênfase em biocombustíveis. "O MCTIC também possui um entusiasmo muito grande pelo RenovaBio, programa anunciado pelo Ministério de Minas e Energia [MME] em dezembro passado, a fim de somar esforços em prol do desenvolvimento, da expansão e do sucesso da produção. Damos, ainda, um passo adicional ao trabalhar com a recém-lançada Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação."

O secretário lembrou que, no âmbito do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), o MCTIC estruturou a Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB). "Essa iniciativa tem tido grande sucesso e nunca é demais mencionar que, dos 14 editais específicos para promoção de pesquisa, desenvolvimento e inovação, 13 foram lançados em parceria com o CNPq", afirmou. "O 14º envolveu a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos]."

Índice

Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o governo federal discute o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel. "Eu não vejo mais, com toda a sinceridade, dificuldade para a gente poder, de fato, já estar falando em 10% no início do ano que vem e para que, ainda em 2017, tenha uma notícia positiva, que seria a antecipação do B9 [9%]."

Para Coelho Filho, esses avanços integram o caminho para o país superar o momento de dificuldade. "Se tem um setor que sofreu bastante nos últimos anos foi o de biocombustíveis, principalmente etanol e biodiesel, por uma série de problemas", comentou. "Eu não tenho a menor dúvida de que vamos sair da crise. As bases estão muito bem lançadas."

O presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, celebrou os 10 anos da entidade e sua parceria com o governo federal em torno de energias renováveis. "Aproveitamos para multiplicar pela sociedade brasileira as novas ideias do programa RenovaBio, que apresenta soluções modernas para buscar mecanismos econômicos agregados a todos os princípios de desenvolvimento sustentável, de forma que as atividades econômicas permitam maior aceleração dos investimentos em prol da sustentabilidade."

Já o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, ressaltou atividades de pesquisa da instituição em biodiesel e, mais recentemente, combustíveis de aviação. "É uma demanda grande que está chegando ao país", observou. "E a Embrapa tem procurado atuar no desenvolvimento de matérias primas, insumos e processos que possam tornar essa cadeia produtiva muito mais eficiente, com preços competitivos e que possam, de fato, fazer uma diferença para a economia nacional e para os setores envolvidos."

O secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Everton Lucero, enfatizou "o engajamento e compromisso da área ambiental do governo com uma pauta que leva em conta os três pilares do desenvolvimento sustentável: social, ambiental e econômico". Para ele, os biocombustíveis se enquadram no conceito, "por envolver pesquisa, tecnologia e capacidade de gerar empregos e dinamizar a economia".

Também participaram da mesa de abertura o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, o presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FrenteBio), deputado federal Evandro Gussi (PV-SP), e o senador Cidinho Santos (PR-MT). A Ubrabio organizou o seminário com apoio do MCTIC, do MME e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Desligamento do sinal analógico em Goiânia e outras 28 cidades começa nesta quarta-feira

MCTIC
30 de maio de 2017

O presidente da Anatel, Juarez Quadros, e a secretária de Radiodifusão do MCTIC, Vanda Nogueira, participaram de reunião do Gired nesta terça-feira (30).

Segundo o grupo de implantação da TV digital, transmissões em sinal analógico devem ser encerradas até 21 de junho. Pesquisas apontam que 90% dos domicílios já estão prontos para a nova tecnologia.

O sinal analógico de televisão começará a ser desligado a partir desta quarta-feira (31) em Goiânia e em outros 28 municípios de Goiás. A decisão foi tomada durante reunião do Gired, grupo responsável pela implantação da TV digital no Brasil, realizada nesta terça-feira (30). O processo de digitalização do sinal de TV nas cidades de Goiás vai se estender até o dia 21 de junho e deverá beneficiar uma população de cerca de 3 milhões de habitantes.

Durante a reunião, o Ibope apresentou o resultado da última pesquisa realizada na capital, Goiânia, e nos demais municípios, entre os dias 15 e 26 de maio.  O levantamento constatou que 89% dos domicílios estão preparados para receber o sinal digital. A projeção é de que esse índice atinja 90% nos próximos dias. Por essa razão, o Gired autorizou que o desligamento das transmissões analógicas de TV tenha início nesta quarta e se estenda pelas próximas semanas.

A Portaria nº 2992/2017, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), estabelece o índice mínimo de 93% dos lares com acesso ao sinal digital para que o desligamento do sinal analógico ocorra nos municípios.  A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.
Na reunião do Gired, a Seja Digital também informou que já distribuiu 339 mil kits de conversor e antena para recepção do sinal digital aos beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único do governo federal. O número supera a meta inicial, que previa a distribuição de 290 mil kits para famílias da região. O conversor e a antena garantem a recepção do sinal digital nos aparelhos de TV mais antigos.

Além da capital, Goiânia, a digitalização da TV vai ocorrer em mais 28 municípios: Abadia de Goiás, Abadiânia, Alexânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Campo Limpo de Goiás, Caturaí, Goianápolis, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Itauçu, Leopoldo de Bulhões, Nerópolis, Nova Veneza, Ouro Verde de Goiás, Pirenópolis, Santa Bárbara de Goiás, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade.

Segundo previsão climática, Nordeste terá chuvas abaixo da média nos próximos meses

MCTIC
30 de maio de 2017

Foto: Agência Brasil

Início do período chuvoso na região foi marcado por intensas precipitações, o que não deve se repetir entre junho e agosto por causa das temperaturas do Atlântico e do Pacífico. Rios da Amazônia não devem alcançar cheia recorde.

Deve chover abaixo da média histórica em toda a região Nordeste nos próximos meses, informou nesta terça-feira (30) o Grupo de Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. De acordo com os especialistas, chuvas intensas no leste da região Nordeste marcaram o início do período chuvoso na região, mas não devem se repetir com a mesma força entre junho e agosto.

"Pode acontecer de um ciclo de curta duração se formar e fazer chover muito. Mas isso não é o esperado [para o trimestre]. O que aconteceu agora pode voltar a ocorrer, mas a previsão é que as chuvas fiquem abaixo da média histórica para toda a região Nordeste nos próximos meses", afirma o coordenador-geral de Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

Um dos fatores decisivos para a previsão é o aumento da temperatura do Oceano Pacífico acima de 3°C. Por isso, a Zona de Convergência Intertropical (ZCI) – que regula o regime de precipitações no Nordeste e Norte do Brasil – se deslocou para latitudes acima do equador. Aliado a isso, a porção norte do Oceano Atlântico está mais quente que a parte sul.

"Tanto o Pacífico, que está um pouco mais quente que o normal, quanto o Atlântico, que está mais quente no hemisfério norte do que no sul, explicam essa alteração. Isso não é bom para o regime de chuvas no Nordeste e nem no Norte do Brasil", acrescenta Seluchi. 
Norte 

Na região Norte, por outro lado, a previsão é que a cheia dos rios não atinja os níveis recordes esperados. Isso porque a cota dos principais rios amazônicos, como o Amazonas, o Negro e o Tapajós, já superou o limite de transbordamento em algumas estações de medição.

"Há alguns meses, tínhamos essa previsão de recorde, pois a curva de elevação dos níveis dos rios estava próxima do ponto de máxima. O que se espera é uma inundação, que já está acontecendo, mas não tão drástica e severa quanto em 2014. A previsão de chuva baixa ali teve efeito benéfico, de não acontecer uma inundação histórica", destacou Seluchi.

Com a chegada da estação seca no próximo trimestre, o chamado "inverno amazônico", os níveis dos rios vão cair.

Atenção

As próximas semanas devem marcar transbordamentos de alguns rios da região Sul devido a incursões de massas de ar frio no território brasileiro vindas da Antártica. Por isso, aumenta o alerta para potenciais episódios de desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra. O quadro, porém, não deve se estender para toda a região nos próximos três meses.

"O problema é se a chuva acontece em episódios pontuais muito intensos. Mas, tendo uma previsão de chover acima do normal, a possibilidade de desastres aumenta. Isso não significa que vão ocorrer, necessariamente. Mas é claro que ficamos mais atentos", destacou Marcelo Seluchi.

O Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS) é formado por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), além do Cemaden. Também estão representados órgãos ligados à área de climatologia, hidrologia e desastres naturais, a exemplo da Agência Nacional de Águas (ANA), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), entre outros.

Para MCTIC, ciência está no centro das metas da ONU para a conservação dos oceanos

MCTIC
30 de maio de 2017

O coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC, Andrei Polejack, e o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da pasta, Jailson de Andrade, participaram da conferência. Foto: MCTIC

Em reunião do Comitê de Ciências do Mar, o secretário Jailson de Andrade reiterou que a Encti deve estar alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. "Os oceanos serão um grande ponto de cooperação", disse.

A pesquisa oceânica tem potencial para servir de caminho de convergência do mundo inteiro, já que a água cobre a maioria da superfície do planeta. A observação é do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade, na 10ª Sessão Ordinária do Comitê de Ciências do Mar (CCM), nesta terça-feira (30). 

O colegiado assumiu a missão de elaborar um plano de ação setorial da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti). Daqui a um mês, o grupo deve submeter o documento à comunidade acadêmica.

"Sem ciência, tecnologia e inovação, não atingiremos em 2030 os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS]", comentou Jailson, em referência à agenda estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). "Nessa busca, os oceanos serão um grande ponto de cooperação e convergência, porque se estendem pelo mundo inteiro, já que todo o planeta faz parte ou está próximo a uma de suas bordas."

O plano de ação desdobra o tema estratégico Água, um dos 12 eixos da Encti, válida de 2016 a 2022, e faz companhia a Biomas e Bioeconomia, primeiro setor a iniciar a construção de um documento similar, em fevereiro. O conjunto de diretrizes do MCTIC inclui, ainda, Aeroespacial e Defesa, Alimentos, Ciências e Tecnologias Sociais, Clima, Economia e Sociedade Digital, Energia, Minerais Estratégicos, Nuclear, Saúde e Tecnologias Convergentes e Habilitadoras.

Jailson reforçou a necessidade de alinhar as diretrizes da Encti aos ODS da Unesco. "Formulamos os nossos temas estratégicos com foco em 2022, mas eles precisam se emaranhar com a Agenda 2030", disse. "Estamos fazendo uma leitura de como o ministério pode atuar em função dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em nível do governo federal, a Secretaria de Governo da Presidência da República coordena essa transição."

O diretor de Políticas e Programas de Ciências do MCTIC, Sávio Raeder, lembrou que o CCM não se reunia desde 2012. "O momento é fundamental para estabelecermos uma visão sobre 2022 e associá-la ao 14º ODS, que trata de oceanos", afirmou. "Apesar da escassez de recursos e do cenário pouco favorável, chegou o momento de discutir esse plano de ação, dentro de um esforço necessário para pensar o país em termos de pesquisa marinha."

Estratégia

A Encti aponta como objetivo do tema estratégico "ampliar a capacidade nacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação em assuntos estratégicos relacionados à água, abrangendo a ciência oceânica e antártica, de forma a contribuir no enfrentamento dos grandes desafios nacionais relacionados à segurança alimentar, energética e hídrica, à pesca e aquicultura, à mudança do clima e eventos extremos, ao uso sustentável dos recursos naturais e ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras".

Dentre as sete estratégias definidas para o tema até 2022, o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC, Andrei Polejack, destacou a elaboração do plano de ação; o apoio à segurança hídrica nacional; a promoção de pesquisa em biotecnologia e geologia marinha; a implementação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh), planejado desde 2010 como organização social supervisionada pelo ministério; e a gestão compartilhada dos navios de pesquisa hidroceanográfica e polar do país – Almirante Maximiano, Cruzeiro do Sul e Vital de Oliveira.

Segundo o secretário, o navio Vital de Oliveira se aproxima de Natal (RN), de onde deve iniciar uma missão da Rede de Boias Ancoradas para Pesquisa Piloto no Atlântico Tropical (Pirata, na sigla em inglês), prestes a completar 20 anos.

Polejack comparou o trabalho de construção do documento ao Plano de Ação da Ciência Antártica para o Brasil, válido de 2013 a 2022, a fim de ampliar as pesquisas de excelência internacional no continente gelado, por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). "A gente já fez, portanto, um processo semelhante com o Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas, irmão do CCM."
Desenvolvimento

Na visão do coordenador-geral, o ODS 14, batizado como Vida na Água, representa o "mais científico" dos 17 objetivos da Unesco. "Ele explicitamente pede pesquisa", avaliou. "Conseguimos identificar a ciência como protagonista em quase todas as 10 metas, com exceção de uma que prega a implementação do direito internacional e outra que estimula a proibição de certos subsídios à pesca."

O ODS 14 propõe a conservação e o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento. As oito metas restantes sugerem: prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha; gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas; minimizar e enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos; acabar com a sobrepesca e regular a coleta ilegal; conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas; aumentar os benefícios econômicos para pequenos Estados insulares em desenvolvimento; ampliar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha; e proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados.

Polejack participa na próxima semana da Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas, em Nova York, de 5 a 9 de junho. "Vamos estar lá para garantir que a ciência oceânica brasileira possa ter protagonismo no cumprimento das metas", comentou. "Promovido pela Suécia e pelas ilhas Fiji, o evento é específico para discutir o ODS 14, com mais de 200 países, em busca de falar dos problemas que o mundo vai ter para colocar em prática esse objetivo, hoje ainda sem metodologias claras e padronizadas."

O coordenador-geral apresentou uma proposta de plano de ação que reflete as sete estratégias do tema na Encti e as 10 metas do ODS 14.
Integram o CCM representantes da Academia Brasileira de Ciências (ABC), do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes/Petrobras), da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha do Brasil (DGDNTM), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Petrobras, da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP/Mapa) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), além de pesquisadores de universidades com reconhecida atuação na área.

Animações apresentam a ciência do INPE a crianças de 7 a 10 anos

INPE
30 de maio de 2017

Foto: internet

A partir do segundo semestre de 2017, crianças de 7 a 10 anos da rede municipal de ensino de São José dos Campos terão contato com as pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. Como material de apoio, os professores dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano) utilizarão cinco animações de curta duração (no máximo três minutos), que abordam conceitos relacionados às áreas de atuação do INPE.

A iniciativa, pioneira nessa faixa etária, é resultado do projeto Viva o Sol! de popularização da ciência, desenvolvido conjuntamente pelo INPE e Secretaria de Educação e Cidadania. A apresentação oficial do projeto aos professores e orientadores pedagógicos da rede será no dia 1º de junho (quinta-feira), das 7h30 às 11h, no Centro de Formação do Educador (Cefe) Professora Leny Bevilacqua (Avenida Olivo Gomes, 250 – Santana).

Além da exibição das animações, haverá palestras dos pesquisadores do INPE que participaram da elaboração dos conteúdos das animações e da orientação quanto aos conceitos abordados. Todo o material, inclusive um caderno de orientação didática, com sugestões de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula e extraclasse, ficará disponível na Internet, para que possa ser utilizado por professores de todo o país.

Uma construção coletiva

Em edital inédito lançado em 2015, o governo federal, com o patrocínio do Instituto TIM, convidou as instituições de pesquisa a desenvolverem materiais de popularização da ciência dirigidos a crianças de 4 a 10 anos, tendo como tema a “Luz”. O INPE aceitou o desafio, propondo o projeto Viva o Sol!, para a produção de animações curtas abordando aspectos da interação da radiação e da atividade solar com a vida na Terra.

Tendo em vista o forte vínculo do tema com as várias áreas de atuação do Instituto (Meteorologia, Observação da Terra, Ciência do Sistema Terrestre, Clima Espacial), considerou-se oportuno e relevante encampar essa iniciativa, como forma de ampliar o espectro do público atingido pelas suas ações de difusão do conhecimento científico e tecnológico. Esse primeiro contato da criança com o INPE representa uma porta de entrada para seu interesse pela ciência e os benefícios que ela pode trazer à sociedade.

Para que o material fosse aproveitado da melhor forma, fornecendo resultados e subsídios que permitissem aferir a sua contribuição para a divulgação da ciência e a qualidade da recepção e da percepção por parte do público-alvo, era necessário ir além da simples publicação das animações na Internet. Assim, o INPE contou com o apoio de especialistas em Educação da Prefeitura de São José dos Campos, visando, principalmente, alinhar o conteúdo das animações e o caderno de orientação didática às expectativas e diretrizes da Matriz Curricular da Secretaria de Educação e Cidadania.

A percepção e avaliação das experiências do trabalho a ser desenvolvido em sala de aula serão compartilhadas por professores e orientadores pedagógicos da rede municipal de ensino em um blog. O material será útil para outros educadores e também para uma eventual adequação do caderno de orientação didática, em suas futuras edições.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Centro de Alcântara inicia curso para operações de lançamento

AEB
29 de maio de 2017

Foto: FAB

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) iniciou nesta segunda-feira (22.5) a primeira edição de 2017 do Curso de Preparação para Operações de Lançamento, módulo I (CPOL I/ 2017). A atividade ocorre na organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais, com objetivo de capacitar pessoal técnico recém-incorporado a exercer com segurança e desenvoltura as atividades afetas ao lançamento de veículos espaciais a partir do CLA.

Ainda espera-se a partir do CPOL, a consolidação como curso de entrada para novos operadores, colaboradores e clientes do Centro, além de capacitar operadores advindos de outros setores do CLA para atuar como apoio nas atividades de lançamento. A primeira edição do CPOL I/ 2017 ocorre em Alcântara até a próxima sexta-feira (26/5).

Na abertura do CPOL I/ 2017, o Coronel Luciano Valentim Rechiuti, Diretor do CLA apresentou aos participantes a missão, infraestrutura atual, últimos avanços, principais operações e perspectivas futuras do Centro. Ao longo da semana conforme o cronograma do curso, os inscritos receberão instruções sobre tecnologia espacial, operações de lançamento, planejamento operacional, preparação e lançamento, segurança de superfície, sistema de localização – radares, segurança do trabalho, perspectivas futuras da área espacial, sistema de telemedidas, trajetografia e sincronização, metrologia, meteorologia, segurança de voo espacial, gestão da qualidade e área patrimonial.

No último dia do curso, haverá ainda uma visita técnica às principais estações operacionais do CLA e ao término os participantes realizarão uma avaliação para testar os conhecimentos adquiridos ao longo dos cinco dias de treinamento. “O CLA tem hoje papel vital nos projetos voltados à área espacial, necessariamente todos eles passam ou passarão por Alcântara em algum momento. Nesse sentido, o CPOL vem se consolidando com uma ferramenta efetiva para a gestão do conhecimento, ao passo em que possibilita com que colaboradores mais experientes, transmitam suas competências e vivências aos recém-chegados que nos próximos anos assumirão funções estratégicas nas operações de lançamento”, explica o Coronel Luciano, Diretor do CLA.

O Curso de Preparação para Operações de Lançamento (CPOL) é uma iniciativa do CLA e visa preparar novos operadores e colaboradores do Centro para atuarem nas atividades afetas a sua atividade-fim: preparar, lançar e rastrear engenhos aeroespaciais e suas cargas úteis. É composto de dois módulos (teórico ou universal e prático ou específico), sendo o segundo obrigatório para aqueles que estarão engajados nas atividades dos setores operacionais do CLA.

A certificação oferecida pelo primeiro módulo é a de “colaborador qualificado” e a do segundo módulo é de “operador da estação”. No segundo módulo, ainda a ser realizado, o participante irá se especializar em uma das estações operacionais do Centro, recebendo posteriormente, certificado com descrição mais específica do módulo, igualmente com a quantidade de horas de prática, atestando, portanto, a competência operacional. Por exemplo, operador da estação Radar Atlas, operador da estação Radar Adour, operador da estação de Telemedidas, operador da estação de Meteorologia, etc. O CPOL I/ 2017 é regulado pela Tabela de Cursos da Aeronáutica (TCA) 37-15/ 2016 “Cursos e Estágios do DCTA para o ano de 2017”.

Agência Espacial promove terceira edição do workshop Globe-Brasil

AEB
29 de maio de 2017



A Agência Espacial Brasileira (AEB) promove a partir desta segunda-feira (29.05), na cidade paulista de São José dos Campos (SP), a terceira edição do workshop do programa Globe Brasil, uma iniciativa da Agência Norte-Americana (Nasa), que nos próximos anos estará em todas as cidades do país.

Os workshops capacitarão professores do ensino básico que, durante cinco meses, junto com os alunos, farão pesquisas para a Campanha de Coleta de Dados e Estudos Científicos da Larva do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. A ação começa nesta segunda-feira em São José dos Campos (SP), e se estende até o dia 30 de maio, seguida das cidades de Santa Cruz (RJ), nos dias 1 e 2 de junho e Paranaguá/Matinhos (PR), nos dias 5 e 6 do mesmo mês.

Segundo a tecnologista da AEB, Aline Veloso, os alunos coletarão os dados e com base neles irão propor pesquisas para combater a proliferação do mosquito. Para a coleta de dados em campo, eles terão acesso a um dispositivo móvel desenvolvido pela Nasa, e a orientação de duas master trainers do programa Globe, Russane Low e Renée Codsi. O workshop nas três cidades terá participação de representantes de 25 escolas de cada município.

O evento consiste em treinamento de dois dias nos três municípios brasileiros, e envolve atividades teóricas e práticas em atmosfera (temperatura do ar, pressão barométrica, nuvens, precipitação e umidade relativa do ar) e hidrologia, com os novos protocolos Globe de larva do mosquito.

As instituições que completarem o número mínimo de observações serão convidadas a participar do Simpósio Virtual de Ciência e Engenharia, onde apresentarão um projeto que tem como meta reduzir o risco de doenças transmitidas por mosquitos em suas comunidades.

Meio ambiente

Criado em 1994, o Globe é um programa mundial de aprendizagem e observações em benefício do meio ambiente que promove a participação de estudantes, professores, cientistas e cidadãos em todo o mundo na coleta de dados ambientais, em estudos e descobertas científicas e na compreensão do meio ambiente. Além disso, o programa – presente em mais de 700 escolas distribuídas em 112 países – busca despertar vocações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, como também integrar disciplinas do currículo escolar.

Os dados ambientais coletados em escolas de todo o mundo são inseridos no banco de dados do Globe e podem ser utilizados em diversas investigações científicas, tais como: atmosfera (clima), hidrologia (estudo das águas), solos, cobertura do solo (vegetação) e fenologia (estudo dos ciclos de vida animal e vegetal).

Desmatamento da Mata Atlântica cresce quase 60% em um ano

INPE
29 de maio de 2017


A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta segunda-feira (29/5) os novos dados do Atlas da Mata Atlântica, referentes ao período de 2015 a 2016. O estudo aponta o desmatamento de 29.075 hectares (ha), ou 290 Km2, nos 17 Estados do bioma Mata Atlântica – representando aumento de 57,7% em relação ao período anterior (2014-2015), referente a 18.433 ha.

Neste levantamento, a Bahia foi o estado que liderou o desmatamento com decréscimo de 12.288 ha – alta de 207% em relação ao ano anterior, quando foram destruídos 3.997 ha. Dois municípios baianos – Santa Cruz Cabrália e Belmonte – lideram o ranking dos maiores desmatadores, com supressão de 3.058 ha e 2.119 ha, respectivamente. Se somados aos desmatamentos identificados em outras cidades do Sul da Bahia, como Porto Seguro e Ilhéus, cerca de 30% do total do bioma foi destruído nessa região, que historicamente é conhecida pela chegada dos portugueses e pelo início da colonização do país.

Um sobrevoo realizado por técnicos da SOS Mata Atlântica, em 16 de maio deste ano sobre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte, constatou queimadas em floresta, conversão da floresta em pastagens e processos de limpeza de áreas onde o entorno apresenta forte atividade de silvicultura.

A vice-liderança do ranking do desmatamento da Mata Atlântica ficou com Minas Gerais, com 7.410 ha desmatados, seguido por Paraná (3.453 ha) e Piauí (3.125 ha).

Em Minas Gerais, os principais pontos de desmatamento ocorreram nos municípios de Águas Vermelhas (753 ha), São João do Paraíso (573 ha) e Jequitinhonha (450 ha), região reconhecida pelos processos de destruição da Mata Atlântica para produção de carvão ou pela conversão da floresta por plantios de eucalipto. Minas liderou o ranking em sete das últimas nove edições do Atlas da Mata Atlântica, sempre com municípios dessa região figurando na lista dos maiores desmatadores.

Já no Paraná, os índices de desmatamento voltaram a subir pelo segundo ano consecutivo, passando de 1.988 ha destruídos entre 2014 e 2015 para 3.545 ha entre 2015-2016, aumento de 74%. E um alerta continua: a destruição concentra-se na região das araucárias, espécie ameaçada de extinção, com apenas 3% de florestas remanescentes.

No Piauí, os maiores desmatamentos ocorreram em Manoel Emídio (1.281 ha), Canto do Buriti (641 ha) e Alvorada do Gurguéia (625 ha), municípios limítrofes entre si e próximos ao Parque Nacional Serra das Confusões. Esse é o quarto ano consecutivo que o Atlas registra padrão de desmatamento nesses municípios que ficam numa importante região de fronteira agrícola, que concentra a produção de grãos e é também área de transição entre a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.

No período de 2015 a 2016 foi identificada supressão da vegetação de restinga em 9 dos 17 estados do bioma: Ceará (788 ha), Piauí (244 ha), Santa Catarina (199 ha), Bahia (64 ha), Sergipe (50 ha), São Paulo (32 ha), Rio de Janeiro (29 ha), Paraná (14 ha) e Rio Grande do Norte (6 ha). Já o desmatamento em mangues aconteceu apenas na Bahia, em uma área de 68 ha.

“Apesar do grande aumento do desmatamento em São Paulo, é importante destacar que 90% ocorreu por causas naturais, mais especificamente vendavais e tornados que atingiram os municípios de Jarinu, Atibaia, Mairinque, São Roque e Embu-Guaçu em 5 de junho do ano passado”, esclarece Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai nas regiões Sudeste e Sul. De acordo com o Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428, a Mata Atlântica abrangia originalmente 1.309.736 km2 no território brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 estados: PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS.


Laboratório do INPE avança na modelagem biofísica marinha. Estudos auxiliam conservação e pesca

INPE
19 de maio de 2017


Imagens: INPE

Problemas tão distintos como aqueles relacionados à segurança alimentar e à conservação da biodiversidade podem ser atacados com ferramentas capazes de integrar a física do oceano, da atmosfera e a movimentação e sobrevivência de organismos. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), mantém o Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera (LOA), onde se destaca o uso integrado de modelos numéricos do oceano, da atmosfera e dados de satélites.

“São ferramentas com uma base tecnológica sofisticada, ainda ao alcance de poucos grupos de pesquisa no mundo. Além disso, o seu uso colabora na formação de profissionais altamente qualificados para o mercado no Brasil, que ainda é caracterizado por grande oferta de postos de trabalho de baixíssima qualificação”, diz o pesquisador Douglas Gherardi, do INPE.

Além de desenvolver trabalhos de pesquisa na área de interação oceano-atmosfera, por meios de medidas in situ tomadas a bordo de navios oceanográficos e simulações numéricas, desde 2010 o LOA também tem investigado problemas relacionados à sardinha pescada no Brasil.

O objetivo é saber se, de fato, as condições oceânicas determinam as elevações e quedas na produção do pescado. A sardinha é o recurso pesqueiro mais importante do Brasil e sustenta uma ampla cadeia produtiva, além de ser uma fonte de proteína de baixo custo para a população brasileira.

“Nossas pesquisas começaram com a determinação dos ambientes de desova da sardinha, utilizando dados de cruzeiros oceanográficos e de satélite, e de seus padrões de distribuição. Mostramos com o apoio de dados de satélite que o ambiente de desova se expande e se contrai dependendo da temperatura da superfície do mar. Além disso, investigamos as possíveis relações entre o desempenho da pesca e as condições climáticas reinantes durante a sua reprodução. Em seguida, foi necessário testar se as hipóteses levantadas a partir desses resultados científicos poderiam ser reproduzidas em modelos mais complexos. Descobrimos que estes ambientes de desovas são importantes para aumentar a sobrevivência dos ovos e larvas da sardinha”, explica Gherardi.

Artigo recentemente publicado analisou a relação entre a sobrevivência das larvas, determinadas pela temperatura do oceano e suas correntes, com os aumentos ou colapsos da pesca ao longo dos anos. O trabalho reúne resultados de 18 anos de simulações e mostra que, mesmo a desova ocorrendo nos ambientes preferidos pela espécie, a sobrevivência ou morte das larvas não explicam os padrões observados na estatística de desembarque da sardinha.

“Há, certamente, muito a ser feito, mas o uso de modelos hidrodinâmicos (do oceano e da atmosfera) e biológicos, associados a medidas feitas por satélites ambientais continuam sendo o estado-da-arte para obtermos respostas para problemas ambientais complexos que ainda afligem a nossa sociedade”, diz Gherardi.

O pesquisador Luciano Ponzi Pezzi ressalta que o LOA conta com infraestrutura da Coordenação de Observação da Terra do INPE e ainda do Laboratório TerraME-Galileu - Modelagem Ambiental Integrada, na área de computação de alto desempenho. “O LOA está interligado à Rede Temática em Computação Científica e Visualização, voltada à indústria de petróleo e gás e de energias renováveis. Este sistema foi batizado de “Kerana” e tem sido amplamente utilizado para pesquisas básicas e aplicadas em sintonia com a missão do INPE”, destaca Pezzi.

“Igualmente importante é a utilização destas informações para subsidiar as decisões tomadas pelo Estado brasileiro no tocante à conservação de nossos recursos vivos e também ajudar no manejo sustentável destes estoques pesqueiros”, conclui Gherardi.

Rede de Bibliotecas do MCTIC realiza seminário sobre produção científica e pesquisa espacial no INPE

INPE
24 de maio de 2017



Nesta quinta-feira (25/5), a partir das 8h30, a Rede de Bibliotecas das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) realiza o seminário “A Produção Científica em Foco”. Aberto a todos os interessados, o evento será no auditório do prédio Lambda (térreo) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos.

A programação se estende por todo o dia, sendo que pela manhã serão discutidos temas em torno da preservação da produção científica e extração de indicadores. No período da tarde, a sessão será sobre a ciência da informação e a pesquisa espacial.

Com a participação do secretário-executivo adjunto do MCTIC, Alfonso Orlandi Neto, e do diretor do INPE, Ricardo Galvão, o seminário terá apresentações de gestores e especialistas do próprio instituto, do ministério e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Santos recebe maior evento sobre sensoriamento remoto, tecnologias espaciais e geo informação

INPE
26 de maio de 2017



O melhor em pesquisa, desenvolvimento tecnológico, ensino e política científica realizado no país e no mundo na área de sensoriamento remoto e suas aplicações será apresentado em Santos (SP), de 28 a 31 de maio, durante o XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR).

Promovido a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Associação de Especialistas Latino americanos em Sensoriamento Remoto - SELPER Brasil, o SBSR é considerado o maior evento do país sobre tecnologias relacionadas a satélites e geo informação.

De segunda (29) a quarta-feira (31), serão apresentados mais de mil trabalhos distribuídos entre sessões orais e de pôster, além de 95 palestras com a participação de renomados pesquisadores de diversos países. Haverá sessões especiais sobre monitoramento agrícola, biofísica da vegetação tropical e nova geração de satélites ambientais.
A abertura do simpósio e a inauguração da exposição técnica, um espaço para estabelecer e fortalecer parcerias científicas e comerciais, acontecerão no domingo (28) às 19h30. Ainda durante o dia serão realizados cursos, de vários temas, ministrados por professores brasileiros e estrangeiros.

Especialmente no Brasil, um país de proporções continentais, o sensoriamento remoto é utilizado no levantamento de recursos naturais e no monitoramento do meio ambiente visando ao desenvolvimento econômico e social. A observação de grandes áreas com sensores embarcados em satélites é mais eficiente, rápida e barata, tornando o sensoriamento remoto a ferramenta ideal para monitorar desmatamentos, queimadas, a expansão das cidades, safras agrícolas, o nível de rios e reservatórios, entre outras aplicações.

Tecnologia
Governo, cientistas e empresas cada vez mais usam o sensoriamento remoto, tecnologia em que o Brasil é um dos pioneiros no mundo, por meio da atuação do INPE.

O lançamento do primeiro satélite para observação da Terra, o norte-americano Landsat-1, em 1972, proporcionou um salto nos estudos sobre meio ambiente e a dinâmica de ocupação e uso do solo. O Brasil foi o terceiro país a utilizar satélites para o sensoriamento remoto da Terra, logo após Estados Unidos e Canadá, ainda em 1973, quando a estação de recepção do INPE passou a processar os dados do Landsat-1.

Assim, há mais de quatro décadas o Instituto recebe, processa e distribui imagens que vêm permitindo o desenvolvimento de estudos e atividades de reconhecimento internacional, como os programas que monitoram o desmatamento na Amazônia e as queimadas em todo o país.

O INPE se prepara para lançar, em 2018, os satélites CBERS-4A, o sexto feito em parceria com a China, e o Amazonia-1, o primeiro totalmente desenvolvido pelo Brasil.
As imagens de satélites do INPE são oferecidas gratuitamente, pela internet, e beneficiam o sistema de gestão do território do próprio governo, a pesquisa nas universidades e o desenvolvimento das empresas privadas, que geram emprego e renda com tecnologia espacial.

As imagens e produtos derivados do INPE são utilizados em áreas como saúde, segurança pública, gerenciamento de desastres naturais e da biodiversidade.
Durante o XVIII SBSR, serão abordados temas como previsão agrícola, degradação de florestas, urbanização, poluição, saúde, mudanças climáticas, geologia, oceanografia, cartografia, sensores, processamento de imagens, meteorologia, uso e qualidade da água, VANTs, serviços e tecnologias espaciais, entre outros.

Mais informações e a programação completa do SBSR estão no site www.dsr.inpe.br/sbsr2017

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Prorrogada validade de concurso para tecnologista TJ01

INPE
25 de maio de 2017



Portaria publicada nesta quinta-feira (25/05) no Diário Oficial da União (DOU) informa sobre a prorrogação por mais um ano, a partir de 29 de junho de 2017, do prazo de validade do concurso público da carreira de Desenvolvimento Tecnológico realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).


Exclusivamente para o cargo de código TJ01, a portaria está relacionada ao concurso para provimento de cargos efetivos de tecnologista instituído pelo Edital nº 2, do INPE, publicado no DOU em 7 de março de 2014.

Todas as informações sobre este concurso estão disponíveis no site do INPE: 

terça-feira, 23 de maio de 2017

Estudantes do ensino fundamental conhecem o Programa Espacial Brasileiro

AEB
23 de maio de 2017

Foto: AEB

A Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com o Planetário de Brasília proporcionou uma manhã diferenciada a um grupo de estudantes do 6º ao 9º ano do Centro Educacional Lumni de Sobradinho. Os alunos conheceram o Programa Espacial Brasileiro (PEB), além de participarem de oficinas e assistir a uma sessão de cinema na cúpula do Planetário, na última segunda-feira (22.05).

O tecnologista da AEB, Ademir Xavier, apresentou o Programa Espacial Brasileiro (PEB) aos estudantes e aproveitou a oportunidade para falar do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), lançado no último dia 4 de maio, da Base de Kourou na Guiana Francesa. O satélite tem como objetivos a ampliação do acesso à banda larga no Brasil, principalmente nas áreas remotas, e garantir a segurança das comunicações militares do país.

Xavier falou também sobre o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers), desenvolvido em parceria com a China. O Cbers-4A, previsto para ser lançado no próximo ano, pertence à família de satélites responsável por fornecer imagens para monitorar o meio ambiente, identificar desmatamentos, desastres naturais, expansão da agricultura e das cidades, entre outras aplicações.

O tecnologista destacou também o Amazônia 1, previsto para ser lançado no próximo ano com a função de fornecer dados de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica. Outro projeto abordado por Ademir foi o Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites (Serpens), satélite que em órbita realizou coleta de dados ambientais.

Para o estudante de 13 anos, Marcelo Gabriel, a palestra sobre o PEB serviu como fonte de inspiração e conhecimento. “É interessante saber que o Brasil tem um programa espacial e descobrir como ele funciona. Além disso, ele é importante para a formação da sociedade” destacou.

A programação seguiu com uma sessão comentada na cúpula do Planetário sobre as constelações mais famosas e os planetas que compõem o sistema solar, seguida do filme “Origens da Vida”. A produção conta a origem do universo e da vida no planeta Terra com imagens que impressionaram os alunos.

Para a professora e atual coordenadora da escola, Maria Auxiliadora Barbosa, as atividades desenvolvidas no Planetário de Brasília foram oportunas para os alunos observarem, na prática, como o mundo funciona ao redor deles, além de despertar ideias que podem auxiliá-los futuramente. “Eu espero que eles saiam daqui encantados pelo estudo e pelo conhecimento, mas, acima de tudo, pela pesquisa que é o que move todos os processos de inovação da sociedade”, contou.

A visita ao Planetário foi encerrada com oficinas de construção de cartas celestes, usadas desde a antiguidade até os dias atuais para a identificação dos corpos celestes, e construção e lançamento de foguetes de garrafas PET.

INPE promove Workshop de Tecnologia e Ciência da Informação em Astronomia

INPE

23 de maio de 2017



Nos dias 25 e 26 de maio, o Workshop de Tecnologia e Ciência da Informação em Astronomia (WTCIA) será realizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

Pesquisadores, especialistas e estudantes discutirão soluções, avanços e desafios científicos e tecnológicos que envolvam diretamente a geração, manipulação e distribuição da informação digital nas diversas áreas da astronomia nacional.

Os principais temas discutidos no WTCIA serão: Big Data & Data Science, Data Center Network, High Performance Computing, Cloud Computing, Machine & Deep Learning Resources.

Além de traçar um panorama das ferramentas e tecnologias disponíveis ou já adotadas pela astronomia, astrofísica e cosmologia nacionais, os participantes abordarão infraestruturas e recursos relacionados a instrumentos e missões espaciais.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Olimpíada Brasileira de Astronomia e astronáutica espera 800 mil estudantes

AEB
19 de maio de 2017


Provas serão aplicadas em 13 mil escolas de todo o Brasil nesta sexta-feira (19). Estudantes com os resultados mais expressivos vão representar o país em competições internacionais. “Quando o aluno participa, pode se destacar e enriquecer seu currículo, o que é importante para o futuro”, afirma o coordenador da competição, João Canalle.

Cerca de 800 mil estudantes participam, nesta sexta-feira (19), da 20ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), cuja prova será aplicada em 13 mil escolas de todo o país. A competição é realizada em fase única, com a aplicação de um exame com 10 questões de raciocínio lógico ligadas à astronomia e astronáutica. Os participantes da competição ganham um certificado e concorrem a 40 mil medalhas.

Os alunos mais bem classificados representam o país na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2018. Também concorrem a vagas na Jornada Espacial em São José dos Campos (SP), onde participam de um programa de imersão com especialistas na área espacial.

“Sempre há um interesse natural dos estudantes em conteúdos de astronomia e astronáutica, saber como funciona o universo, as estrelas, o planeta. Quando o aluno participa e recebe uma medalha, ele pode se destacar entre os milhões de estudantes do país e enriquecer seu currículo, o que é importante para o futuro”, afirma o coordenador da competição, João Canalle.

Em 20 anos, a OBA já superou os 8 milhões de participantes. Em 2016 foram quase 745 mil estudantes de 7,9 mil escolas participantes e a colaboração de 64 mil professores. A competição é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).