domingo, 13 de novembro de 2016

Série sobre a conquista de Marte joga a Nasa para escanteio

Folha de SP
Salvador Nogueira
13 de novembro de 2016



Numa superprodução estelar que mistura ficção e realidade, a série "Marte" (não tão) discretamente joga a Nasa para escanteio na dramatização da primeira missão tripulada ao planeta vermelho.

Ao longo de seis episódios, o programa conta tramas paralelas, alternando entre a realidade de 2016, em que cientistas, engenheiros e astronautas relatam o que já está sendo feito para a conquista marciana, e o fictício primeiro pouso, em 2033.

Só que esse lado da ficção não se parece nada com as ideias que circulam atualmente na agência espacial americana para o envio de astronautas a Marte. Em vez disso, o receituário seguido foi o das ideias da empresa privada SpaceX para a colonização do planeta vermelho.

É sinal de sabedoria: a atual arquitetura da Nasa para Marte resulta de um esforço de "requentar" elementos que estavam sendo desenvolvidos na época em que o objetivo primário era o retorno à Lua. Já as ideias da SpaceX foram desde o início projetadas para Marte, o que as faz mais atraentes.

O programa do Nat Geo é nada menos do que espetacular do ponto de vista visual. Graças a produtores do calibre de Ron Howard e Brian Grazer –respectivamente diretor e produtor do oscarizado "Apollo 13" (1995), além de responsáveis pela minissérie da HBO "Da Terra à Lua" (1998).

A qualidade dos efeitos visuais é cinematográfica e os atores cumprem bem seus papéis numa história em que o protagonismo é a jornada em si, e não a vida interna dos personagens.

Claro que, para tornar o programa dramaticamente interessante, foi preciso dar algumas forçadas de barra em termos do que pode dar errado numa missão a Marte.

Apesar disso, a série faz muito bem dois trabalhos distintos: mostrar que uma missão a Marte será difícil e, ao mesmo tempo, demonstrar que os desafios técnicos estão à altura da ciência moderna.

Para quem é fã do Universo, é programa imperdível.

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