quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Chuvas de verão não serão suficientes para recuperar reservatórios do São Francisco, diz Cemaden

Cemaden
1° de novembro de 2016

Foto: Wikipedia

Segundo a previsão climática do MCTIC, somente um volume de chuvas muito acima do normal na nascente do rio recomporia os reservatórios distribuídos entre Minas Gerais e Pernambuco. "Entrando pouca água em um reservatório que está em situação crítica, a chance de recuperação é muito pequena. Isso em toda a extensão do rio", afirma o pesquisador Marcelo Seluchi.

As chuvas de verão não terão capacidade para recuperar os níveis dos reservatórios de água distribuídos ao longo do rio São Francisco, nos estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os dados estão na Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para os meses de novembro e dezembro de 2016 e janeiro de 2017, divulgada nesta segunda-feira (31).

Segundo o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), dificilmente o curso d'água vai conseguir recuperar volume com as chuvas deste verão. A situação só poderia ser revertida com "um volume de chuvas muito acima do normal" na nascente do rio, informou o coordenador-geral de Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi. Isso porque há a tendência de que grande parte da água precipitada seja absorvida pelo solo e vá para os lençóis freáticos da região.

"Mesmo que chova dentro da normal climatológica, não vai recuperar os reservatórios. O volume de água que vai chegar neles será abaixo do normal, por conta do efeito esponja na cabeceira do rio. Entrando pouca água em um reservatório que está em situação crítica, a chance de recuperação é muito pequena. Isso em toda a extensão do rio", afirmou.

A nascente do rio São Francisco fica na Serra da Canastra, na região centro-sul de Minas Gerais, e o rio corre em direção ao Nordeste, desembocando no Atlântico em Alagoas. O curso é a principal fonte de água para as localidades por onde passa.

Instabilidade

A previsão climática indica também que as chuvas na região central do Brasil, área que compreende o sul da região Norte, o sul e o oeste do Nordeste, além do Centro-Oeste e do Sudeste, devem se consolidar a partir da primeira quinzena de novembro. Marcelo Seluchi alerta, no entanto, que o volume de precipitações deve ser instável, variando entre microrregiões.
"No momento, estamos na fase de transição entre a estação seca e a estação chuvosa. Deveremos ter pancadas de chuvas cada vez mais frequentes e generalizadas, mas o volume delas vai variar entre diferentes partes do território. Algumas áreas vão receber mais chuvas, outras menos. Por isso será configurada a instabilidade", destacou o coordenador do Cemaden.

Menos calor

As temperaturas no próximo verão devem ser menores que as registradas no início deste ano, que registraram valores recordes para a estação por causa do fenômeno El Niño. Segundo a previsão climática, os termômetros devem registrar valores dentro da média histórica.
Participam do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), além do Cemaden, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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