quarta-feira, 8 de junho de 2016

Comitê de Busca do INPE: "vota em mim que eu voto em você"

Redação SindCT
Shirley Marciano
8 de junho de 2016



O INPE está sendo vítima de um processo de sucessão de diretor cheio de descaminhos. Tudo começa com o atropelo de Marco Antonio Raupp e Helena Nader: eles passam por cima do Conselho Técnico Científico (CTC) do INPE e vão pessoalmente até o MCTI para conversar com então ministro Celso Pansera, e solicitar a nomeação do comitê de busca. Detalhe: eles se auto indicam para fazer parte, e colocam outros membros-- os amigos de sempre.

Infelizmente, esse fato não é novidade. Eles são especialistas no assunto; os donos do poder de decisão de quem entra e quem sai das direções dos institutos. Eles estão em tudo quanto é comitê de busca. Por que isso acontece? Qual é o poder de fogo que eles possuem?

Bem, o Raupp é diretor do Parque Tecnológico (SJC), foi ministro e presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB); Helena Nader é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que é uma instituição importante. Então, fica difícil para um ministro recém-empossado questionar o pedido da dupla. 

Eles encontram um terreno muito fértil quando há situações que propiciem as investidas. É o caso, por exemplo, do excesso de troca de ministros da C&T. É praticamente um por ano. Para piorar, geralmente os ministros não são da comunidade científica e, por essa razão, acabam por aceitar o pedido de supostas sumidades da Ciência. Diante disso, sabemos que o próximo a tomar um 'passa-moleque' vai ser Gilberto Kassab.

Eles sabem transitar nesses meios. São políticos hábeis da Ciência. Enfim, conhecem o trecho que leva ao pote de ouro. Mas, por que querem o INPE?
Marco Antonio Raupp está num Parque Tecnológico, gerido por uma Organização Social (OS), Helena Nader está numa entidade que defende OS, quatro dos cinco membros do comitê de busca do INPE fazem parte do Conselho de Administração do CNPEM, que é uma OS. Ou seja, eles almejam fazer do INPE uma OS. 
Para chegar a esse objetivo, querem colocar alguém no Instituto que reze tal cartilha para viabilizar as metas pretendidas. 

O candidato escolhido por eles, que soubemos extraoficialmente, é o Ricardo Galvão, o qual disse com todas as letras, no dia de sua apresentação no INPE, que defende o modelo de gestão OS. Além disso, ele faz parte da trupe "vota em mim que voto em você", como já expresso na matéria anterior aqui do blog. Eles se revezam entre comitês de busca, conselhos gestores/administrativos, entidades científicas e direções de institutos. 

Veja nos links abaixo mais fatos que comprovam tudo o que já temos dito sobre essa questão das conexões entre eles, o lobismo e o domínio das decisões de quem entra e quem sai dos institutos. 
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